O estádio Amigão como de costume lotou naquele dia. O gol marcado no jogo de ida e, todo histórico de reverter placares adversos, já demonstrado na competição, encheu a massa Trezeana de otimismo. Mais de 17 mil trezeano fizeram uma linda festa.
Superando 'desafios impossíveis' e quebrando tabus
A campanha na Copa do Brasil foi marcada sobretudo pela superação. Na primeira fase, o adversário foi o Ulbra, do Rio Grande do Sul, e um sofrido 3 a 0 no primeiro jogo. Missão impossível de reverter? Não para os comandados do saudoso técnico Maurício Simões, que em Campina Grande, no Amigão, fez 5 a 0, gols de Adelino (2), Beto, Da Silva e Maurício, avançando para encarar o fortíssimo São Caetano na época - atual campeão Paulista - na segunda fase.
No primeiro jogo em Campina, vitória por 2 a 1, em partida eletrizante. O alvinegro abriu o placar com Da Silva. Marcinho empatou de pênalti para
os paulistas, mas, aos 30 minutos do segundo tempo, Adelino daria a vantagem do Galo atuar por um empate no ABC Paulista.
E foi o que aconteceu! No Anacleto Campanella, com uma atuação brilhante de Beto, autor do empate alvinegro, aos 32 minutos da segunda etapa, o Treze empatou com o São Caetano em 1 a 1.
O próximo adversário seria o Coritiba nas oitavas de finais. Por sorteio, o primeiro jogo foi disputado no antigo estádio Pinheirão, na Capital Paranaense. O Galo perdeu por 2 a 1, mas o gol marcado fora, por intermédio de Adelino, e o pênalti defendido por Érico, foram bastante comemorado.
Salve, Érico!
No Amigão, um simples 1 a 0 bastava para o Treze avançar, mas não seria fácil. O técnico Antonio Lopes surpreendeu escalando o Coritiba com três atacantes, o que dificultou o domínio do time galista.
Apostando nos contra-ataques, o alvinegro encontrou o gol da classificação aos 20 minutos, ainda da etapa inicial. Após boa jogada pela esquerda, Beto livrou-se do marcador e cruzou na medida para Adelino cabecear para o fundo das redes de Fernando Prass.
Cinco minutos depois, Adelmo seria expulso, deixando o Galo com um a menos por quase todo jogo. Com isso, a partida ganhou contornos de drama e emoção. O Treze se fechou na defesa e o goleiro Érico pegou tudo. Atuação de gala do camisa 1. O grande 'milagre', foi deixado para o final, quando aos 49 minutos, o lateral-direito Rafinha - hoje no Bayern de Munique -, invadiu a grande área e chutou à queima roupa para grande defesa do arqueiro trezeano.
Galo classificado com: Érico; Wágner Diniz, Kléber, Kiko, Mica (Val Pilar); Adelmo, Maurício, Da Silva (Gaibu), Rogério; Beto, Adelino (Rafael).
Galo Paredão!
A classificação sobre São Caetano e Coritiba, custou caro aos treinadores das duas equipes. O ex-goleiro Zetti e Antonio Lopes, coordenador da seleção Brasileira no penta-campeonato do Japão, foram demitidos, respectivamente dos seus clubes, após a eliminação para então sensação da Copa do Brasil.
Na sina dos pênaltis...
Nas quartas-de-finais, o Treze teria o poderoso Fluminense - campeão carioca daquele ano - pela frente. Novamente, o primeiro jogo foi disputado fora. Antes da partida, em São Januário, que contou com boa presença da massa trezeana, o Galo entrou com uma faixa de apoio ao tetra-campeão mundial Zagallo com os dizeres: "ZaGalo, o 13 está com você", deixando o velho lobo emocionado, que se recuperava de uma cirurgia para desobstrução do duodeno.
Em campo, apesar da boa atuação, o Treze perdeu por 1 a 0.
Na volta, com o ''O Amigão'' lotado, para mais de 20 mil pagantes, o Treze devolveu o revés sofrido no Rio de Janeiro. Arrasador do inicio ao fim, o Galo pecava nas finalizações e só marcou nos acréscimos do segundo tempo, quando Da Silva recebeu lançamento de Adelmo e tocou na saída do goleiro Kleber, explodindo o colosso da Borborema de alegria.
O resultado levou para uma intensa disputa de pênaltis, que acabou vencida pelo time carioca, por 9 a 8. O lateral-direito Wagner Diniz, um dos destaques do time na campanha, desperdiçou a última cobrança, por volta da meia-noite e meia do dia seguinte.
O torcedor Trezeano deixava o estádio cantando ''Sou trezeano, com muito orgulho, com muito amor...'', orgulhoso pela melhor campanha de um time paraibano na competição nacional.
Treze, quinto colocado da Copa do Brasil 2005, venceu o Fluminense com: Érico; Kléber, Alison, Kiko (Márcio Alemão); Wágner Diniz, Adelmo, Pedro Neto (Gaibu), Da Silva, Mica (Adeildo); Beto e Adelino. Técnico: Maurício Simões
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